Venda de tratores e colheitadeiras deve aumentar
Os fabricantes de máquinas e
implementos agrícolas que operam no território gaúcho vivem um bom
momento. Os financiamentos, fundamentais para seu desempenho, são
realizados hoje a juros muito baixos, bastante acessíveis ao perfil de
grande maioria dos produtores rurais. Os juros do Programa de
Sustentação do Investimento (PSI), a linha de crédito subsidiado pelo
BNDES para compra de máquinas e equipamentos agrícolas seguem num
patamar de 3% no primeiro semestre e 3,5% no segundo semestre. "Devido
ao bom preço das commodities agrícolas no ano passado, o produtor está
hoje mais capitalizado, e isso se reflete em investimentos em
mecanização e na compra de máquinas para elevar a produtividade das
lavouras", sustenta Alfredo Miguel Neto, diretor de assuntos
corporativos para a América Latina da norte-americana John Deere.
O balanço dos fabricantes, no ano
passado, revela os impactos positivos desse cenário. Segundo a
Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea),
as vendas de máquinas agrícolas pelas montadoras do Brasil fecharam 2012
com alta de 6,2% em relação ao ano anterior. Foram vendidas 69.374
unidades. A produção de máquinas agrícolas cresceu 2,6% em comparação
com 2011, somando 83.640 unidades.
A John Deere, informa Miguel Neto, vendeu
11.592 tratores (crescimento de 17,5% ante 2011) e 2.231 colheitadeiras
(aumento de 15,7% em relação a 2011). "Isso demonstra a força das
nossas fábricas, em Horizontina e Montenegro, no Rio Grande do Sul, e a
importância que elas têm nas estratégias da corporação para o
continente", diz o executivo. Ele assinala que boa parte dos US$ 2
bilhões investidos nos últimos dez anos pela John Deere no Brasil foram
destinados à modernização e ampliação das duas plantas industriais. "As
perspectivas para 2013 continuam positivas", afirma.
Com a aquisição das marcas Massey
Ferguson, Valtra e Sfil, a AGCO Implementos se fortaleceu no mercado
brasileiro, mas continua investindo no desenvolvimento tecnológico e na
ampliação de sua capacidade de produção no Rio Grande do Sul. A empresa
investiu R$ 10 milhões em melhorias na produção de pulverizadores em
Canoas, e em março, conclui a ampliação da fábrica de Santa Rosa, onde
foram aplicados R$ 65 milhões para melhorar a capacidade produtiva.
Segundo Fábio Piltcher, diretor de marketing da AGCO para a América do
Sul os investimentos contemplam como a robotização de soldagem e
treinamento especializado de pessoal. A capacidade de produção será de
200 colheitadeiras por mês.
Atualmente, segundo Piltcher, a AGCO
detém cerca de 50% do mercado nacional de tratores, liderando o ranking
brasileiro. O Rio Grande do Sul participa com quase 13% desse volume de
comercialização. Já em colheitadeiras, o Estado é responsável por 40% do
mercado da AGCO.
A Agrale também confia nos incentivos
governamentais e melhores prazos de financiamento para compra de
tratores para puxar os resultados. De acordo com Flávio Alberto Crosa,
diretor de vendas, a empresa acredita que este ano as vendas de tratores
devem crescer cerca de 40% em relação ao ano passado. Em 2012, o
faturamento da Agrale, que além de tratores fabrica caminhões, chassis
para ônibus e veículos utilitários, atingiu R$ 1,075 bilhão, 16,5% a
mais que em 2011.
Autor: Genilson Cezar. Fonte: Valor Economico
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